Aula Inaugural 2025-1 do CCS destaca compromisso social e práticas inovadoras no campo da saúde
Reflexões sobre o papel transformador da universidade pública e práticas inclusivas na saúde

O Centro de Ciências da Saúde deu o pontapé inicial para o semestre 2025-1 com uma Aula Inaugural que ficou marcada pelo debate sobre o papel transformador da universidade em seu compromisso social. No auditório Professor Rodolpho Paulo Rocco, estudantes, docentes e profissionais se reuniram para refletir e discutir práticas inovadoras no campo da saúde, destacando a necessidade de conciliar a formação com avanços sociais.
A iniciativa teve como tema “Compromisso Social da Universidade Pública: Práticas no Campo da Saúde” e foi conduzida pela professora Avany Fernandes Pereira, diretora do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC). Durante sua fala, a professora ressaltou que a missão da UFRJ transcende o ensino técnico, enfatizando a formação humana e a garantia da educação como um bem público. Em suas colocações, ela defendeu que a universidade deve ser um agente ativo na promoção de equidade, diversidade e inclusão, apresentando projetos que transformam vidas e ampliam horizontes.
Entre os projetos destacados, o evento revelou iniciativas como o TransGarçonne, que oferece qualificação profissional e acompanhamento biopsicossocial para a população trans em parceria com o Ministério Público do Trabalho e diversas ONGs; o GastroJus, focado na capacitação em gastronomia para mulheres e pessoas trans oriundas do sistema prisional, contribuindo para sua reinserção no mercado de trabalho; e o projeto DHAA – Direito Humano à Alimentação Adequada, que promove oficinas culinárias e o cultivo de hortas comunitárias para famílias em situação de vulnerabilidade no bairro Jardim Gramacho. Soma-se a este conjunto o estudo nacional ENANI-2019/2024, que evidenciou dados alarmantes sobre deficiências nutricionais e o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados em crianças menores de cinco anos.
Outro momento de impacto ocorreu com a apresentação do I Inquérito sobre Insegurança Alimentar no Município do Rio de Janeiro, realizado pelo GISAN/UFRJ. Os dados revelaram que 16% das famílias cariocas enfrentam restrição no acesso adequado a alimentos, com cerca de 488 mil pessoas passando fome – uma realidade ainda mais severa nos lares chefiados por mulheres negras e com baixa escolaridade.
Citando as pesquisadoras Thais Dibbern e Milena Serafim, a mensagem final resssoou como um chamado para que a universidade pública se mantenha como um espaço fecundo para a promoção de uma educação de qualidade, inclusiva e diversa. O encontro também marcou o lançamento de materiais de acesso aberto, como o e-book do projeto Hortas Escolares e o aplicativo EcoNutri, que calcula a sustentabilidade de refeições, contribuindo para a disseminação de conhecimento e práticas sustentáveis.

Em um cenário de desafios e desigualdades, a UFRJ reafirma seu compromisso em transformar a realidade por meio da educação e da promoção de direitos fundamentais.
